![]() Conflitos no Líbano 11/1/2014 Um país com quatro milhões de habitantes e quase um milhão de refugiados. Enfraquecido, o Líbano enfrenta o caos de conflitos intermináveis e vê a crise se agravar nas últimas semanas, com a participação cada vez maior dos países vizinhos e seus grupos fortemente armados.
Entre 1975 e 1990, uma guerra civil entre os grupos abalou o país. Veja em nossa linha do tempo mais informações sobre a Guerra Civil. Em 1989, os grupos entraram num acordo para que as cadeiras do Parlamento fossem ocupadas 50% por cristãos e 50% por muçulmanos. Atualmente, na democracia sectária libanesa, o Presidente e 64 dos 128 deputados são obrigatoriamente cristãos; o primeiro-ministro é obrigatoriamente sunita, e o presidente da Câmara dos Deputados, xiita. Essa divisão, entretanto, não é suficiente para garantir a paz na turbulenta região. No discurso, a proposta é a coexistência. Entretanto, não tem sido fácil administrar os interesses e as ideologias das dezessete religiões oficiais, especialmente após os grupos tomarem partido na Guerra Civil da Síria. Em análise para o jornal Folha de S. Paulo, o cientista político e pesquisador da Universidade Harvard Hussein Ali Kalout afirmou: "A tragédia da guerra civil está por se repetir no Líbano. O nível de tensão social é dramático e o país está à beira da catástrofe. A sociedade libanesa está dividida em dois polos políticos: um gira em torno de uma aliança ocidental-saudita; outro circunda a órbita sírio-iraniana. Definitivamente, o conflito da Síria transbordou para o Líbano e o desafio é estancar sua propulsão." Leia aqui a análise completa do cientista político no site da Folha ![]() O grupo favorável e o grupo contrário ao ditador sírio Bashar al-Assad conclamaram seus seguidores e entraram definitivamente na briga. A favor de Assad, o grupo xiita Hizbullah foi o alvo do atentado que matou uma brasileira de 17 anos no dia dois de janeiro, em Beirute. Leia mais sobre a morte da brasileira. Artigo do Ministro da Defesa, Celso Amorim, sobre a morte de Malak Zahwe ![]() Embora o Presidente Michel Sleiman tenha solicitado a imparcialidade do Líbano nos conflitos sírios, isso não foi acatado. "O Governo libanês e as estruturas estatais estão enfraquecidas. As eleições parlamentares de 2013 não foram realizadas, os deputados tiveram seus mandatos prorrogados; o primeiro-ministro pediu demissão e o novo primeiro-ministro não consegue formar o novo governo; terminou o mandato do chefe do Exército, mas, com discussões, este foi prorrogado e o mesmo acontece com outras instituições do Governo". Khatlab lembra ainda que o mandato do atual presidente termina em maio, o que torna o atual cenário ainda mais instável. "O novo primeiro-ministro quer formar um governo de ministros neutros, não políticos, o que a oposição, de maioria xiita, não aceita, e quer que o governo seja 9-9-6, isto é: 9 ministros do grupo 14 de março (contra o regime sírio), 9 do grupo 8 de março (pró-regime sírio) e 6 ministros centralistas, independentes. O grupo 14 de março não aceita, pois teme que imponham e legalizem a presença do Líbano na Síria", explica Khatlab. Enquanto o Líbano se enfraquece, outros países veem a chance de fortalecer sua presença na região. Estados Unidos, Israel, Irã e Iraque não apenas acompanham as batalhas com atenção, como definem estratégias para deter as forças inimigas. O jornalista Gustavo Chacra fez um resumo da posição dos principais países que acompanham o conflito. Veja em Estadão.com.br. Combater o crescimento da Al-Qaeda parece ter voltado a ser uma prioridade, ainda que isso implique em alianças antes impensáveis. Veja a análise de Mário Chimanovitch na Folha. Enquanto as forças definem as novas estratégias, nós, do Centro de Estudos FamilyD, acompanharemos os desdobramentos dos conflitos na torcida para que a situação se resolva da maneira menos prejudicial ao Líbano e à população, que merecem não apenas o nosso respeito, mas nosso empenho para que sua história não seja esquecida em prol de interesses sectários. ![]() ![]() |
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