Linha do Tempo
Linha do Tempo
A história do Líbano começa com a história do homem, pois a presença humana naquela terra milenar remonta à Idade Paleolítica, cujos primórdios se perdem nas brumas do tempo e cuja duração segue até os anos 12.000 a.C. Os homens viviam em grutas, dentro de uma organização social rude, que girava em volta de tribos e rebanhos. Dois feitos marcam a Idade Paleolítica: o descobrimento do fogo e a articulação da palavra.
|
Idade Paleolítica (até a Época da civilização urbana 3200-3000 a.C.) |
Idade Paleolítica
|
|
Os primeiros vestígios da presença humana se desenvolvem no Líbano (sítio de Aadloun).
|
Idade Paleolítica Média
|
|
Os homens se abrigam em grutas do vale de Nahr el Kalb, de Antelias e de Trípoli. A mais antiga instalação de uma cidade libanesa foi em Biblos, aproximadamente nos anos 6000 a.C. – final da pré-história, durante o período neolítico.
|
3800-3200 a.C
|
|
O domínio da técnica de manipulação do cobre, que deixou vestígios em Biblos, marca o início da Idade do Metal.
|
IV milênio a.C.
|
|
Presença dos Cananeus, antepassados dos fenícios.
São desse período os primeiros exemplos encontrados de ritos funerários em Biblos e recintos fechados em Beirute.
(Imagem: Templo em L, em Biblos, data de aproximadamente 2700 a.C.)
|
Época da civilização urbana (3200-3000 a.C.)
|
|
Os antigos habitantes da região do Líbano iniciaram a construção de casas retangulares divididas habitualmente em três cômodos.
|
|
|
Período Fenício
(3000-2500 a.C. a 148 a.C.) |
3000-2500 a.C.
|
|
O estabelecimento da civilização urbana coincide com a presença fenícia.
Eles habitam a costa libanesa e a região meridional da Síria, notadamente na antiga cidade portuária de Ugarit.
|
III milênio a.C.
|
|
Período de fundação das cidades mercantes fenícias (Tiro em 2750 a.C., segundo Heródoto), assim como do estabelecimento de relações comerciais frutíferas com Egito.
|
Época pré-Amorita (2500-2150 a.C.)
|
|
Aponta-se a existência de uma rica burguesia fenícia.
|
2150-2000 a.C.
|
|
A Conquista Amorita muda a organização urbana da cidade de Biblos.
|
2000-1725 a.C.
|
|
A presença amorita deixou como principais vestígios sarcófagos monumentais e novos templos na cidade de Biblos. Politicamente, o período foi marcado pela forte influencia egípcia. Um exemplo disso é a utilização, pelos moradores de Biblos, da escrita hieroglífica do Egito que, posteriormente se modificou para uma escrita pseudo-hieroglífica de sua invenção.
|
Século XVII a.C.
|
|
Surge o alfabeto na região da Fenícia, posteriormente denominado Alfabeto de Biblos.
|
1580-1200 a.C.
|
|
A época da dominação egípcia começa com a vitória de Thutamos III. O rei de Biblos, aliado faraó egípcio na época, guerreava contra os príncipes sírios que viviam sob a hegemonia dos Hititas.
|
Século XV a.C.
|
|
Período de grande prosperidade na região. Fundação de pequenos reinos pelos fenícios.
|
Século XIV a.C.
|
|
São deste período os primeiros documentos encontrados com a escrita alfabética de Ugarit.
|
XIV a.C.
|
|
A partir deste século os fenícios da orla marítima do Mediterrâneo oriental, passaram a distinguir-se pela ruptura com os métodos políticos de seus vizinhos, evitando travar lutas da mesma maneira que as outras populações do Oriente. Por sua diplomacia, os fenícios levaram os invasores a pagar tributos com serviços no mar, assim como aceitaram a lucrativa missão de intermediários comerciais entre a Ásia e o mundo do Mediterrâneo.
|
1200 e 1100 a.C. |
|
Chegada dos Povos do Mar à região fenícia.
Início da navegação até a Europa e à África.
A Síria, o Líbano e a Palestina foram ponto de encontro de três povos migrantes: os Arameus ocuparam a Síria setentrional e o Líbano, os judeus se instalaram em Canaã e os Povos do Mar, vindos das ilhas e das margens do Mediterrâneo ocidental, organizaram um lugar em meio a orla marítima fenícia.
|
1100 e 725 a.C.
|
|
Tiro e Aradus dominam respectivamente o Sul e o Norte da região. Essas cidades monopolizaram o comércio oriental e seus navios navegaram toda a extensão do Mediterrâneo. Essa foi a época das grandes expedições marítimas conjuntas feitas pelo rei Hiram de Tiro e seu vizinho, o rei Salomão.
(Imagem: A imagem mostra as embracações de Tiro, carregadas de tributos destinados ao rei assírio Shalmanasar III (858-824 a.C.). Abaixo, no cais, vemos os carregadores transportando a carga dos navios.)
|
814 a.C.
|
|
Alissa, irmã de Pigmalião, rei de Tiro, se dirige ao Ocidente para fundar a cidade de Cartago, colônia fenícia no norte da África, situada a leste do Lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia.
A dominação Assírio-Babilônica começa em 725 e termina em 539 a.C, no início da época persa.
|
539 a.C
|
|
O rei persa Ciro, conquista a Babilônia assim como a hegemonia sobre todos os países vizinhos, do Indus à torrente de Egito.
A Síria, a Fenícia, a Palestina e o Chipre formaram a 5º “satrapía”. Os portos fenícios chegaram a uma prosperidade extraordinária. O país foi pacificado e a administração bem organizada.
|
332 a.C.
|
|
Fim da dominação persa no Líbano, na época da conquista de Alexandre, o Grande.
|
218 a.C
|
|
Período da segunda Guerra Púnica.
|
Em 148 a.C.
|
|
Na parte ocidental do Mediterrâneo, Aníbal, o famoso general cartaginês ocupa a Itália durante 15 anos.
|
|
|
A Expansão do Monoteísmo
(63 a.C. -330 d.C. a 1293) |
63 a.C. -330 d.C.
|
|
Período da presença romana no Líbano.
Nessa época o comércio fenício atinge um período áureo, possibilitando ao Líbano e à Palestina um considerável desenvolvimento econômico.
(Imagem: Sítio arqueológico em Baalbeck.)
|
222 d.C.
|
|
Fundação da escola de Direito em Beirute.
|
332-634 d.C.
|
|
Período Bizantino
|
337 d.C.
|
|
Esse ano marca a data do batismo do Imperador Constantino. Ele foi o primeiro imperador romano a adotar o cristianismo, assim como legitimou sua prática no Império.
Em 330, Constantino reconstruiu a antiga cidade de Bizâncio, que após sua morte passou a ser chamada de Constantinopla. A cidade foi gradualmente se tornando a capital do Império Romano.
(Imagem: Mosaico representando o Imperador Constantino.) |
|
476 d.C.
|
|
Queda do Império Romano Ocidental.
|
622 d.C.
|
|
Ano que marca o início da Hégira, ou seja, da era islâmica, que se inicia com a fuga de Maomé de Meca para Medina, no ano 622 da Era Cristã.
(Imagem: Maomé na caligrafia árabe.)
|
634 d.C.
|
|
Vitórias dos árabes muçulmanos sobre os bizantinos.
Em poucos tempo, os seguidores de Maomé conquistaram toda a Síria, a Palestina e o litoral do Líbano.
|
650 d.C.
|
|
Início do reino do califa Mu’awiya, fundador da dinastia Omíada em Damasco.
|
Início do século VIII
|
|
Fundação da cidade de Anjar pelo califa Alwalid.
Em 750, o califa Abácida, Abu al Abbas, reina em Bagdá.
|
Séculos IX-X
|
|
Desmembramento do Império Abácida.
Os bizantinos retornam ao Líbano.
|
1095-1099
|
|
Os Cruzados ocupam Jerusalém.
Trípoli é conquistada pelos Cruzados em 1109 e Tiro em 1124.
|
1187
|
|
Vitória de Salah Eddin Ayoubi sobre os Cruzados, em Hattin, Palestina.
Declínio do reino Latino em Jerusalém.
|
1289-1291
|
|
Trípoli, Sidon e Tiro são retomadas pelos os muçulmanos.
Fim da época latina no Oriente.
|
1292-1293
|
|
Saída dos Cruzados do Oriente Próximo.
|
|
|
A Presença Otomana na Região
(1516 a 1918) |
1516
|
|
Os turcos vencem os mamelucos e ocupam o Líbano.
Início da época otomana.
(Imagem: Mapa do Império Otomano )
|
1544-1697
|
|
Inicia-se o reino dos príncipes Maan no Líbano, cujo mais famoso representante é o emir Fakhereddin II (1598-1635).
(Imagem: Gravura com o retrato do emir Fakhereddin II.)
|
1584
|
|
Fundação do Colégio Maronita em Roma.
|
1697-1842
|
|
Os sucessores da família Maan ascendem ao poder. Trata-se do reino dos príncipes da família Chehab cujo principal representante é Bachir II.
|
1840
|
|
Provocação dos conflitos confessionais entre cristãos e druzos no Monte Líbano.
|
1842
|
|
Instauração do regime dos dois Kaimmaqumat, isto é, da divisão em dois distritos: um ao norte administrado por maronitas, outro ao sul, administrado por druzos.
|
1860
|
|
Guerra civil druzo-maronita.
Desembarque francês em Beirute, sob o comando Imperador Napoleão III (1808-1873).
|
1861
|
|
9 de junho – O Protocolo de 1861 estabelece o regime da “Mustassarafiado”, que consistia no reconhecimento da autonomia administrativa do Monte Líbano.
Inauguração do telégrafo ligando Beirute a Damasco.
|
1866
|
|
Fundação da Universidade Americana de Beirute.
|
1875
|
|
Fundação da Universidade Francesa São José, dos jesuítas, em Beirute.
|
1876
|
|
Visita de D. Pedro II, Imperador do Brasil, ao Líbano.
|
1880-1920
|
|
Período de grande emigração libanesa em direção às terras da América, da África, do Oriente Médio e da Austrália.
(Imagem: Porto de Beirute, 1902 – Fotografia de Henri Lammens.)
|
1895
|
|
Inauguração da ligação ferroviária entre Beirute e Damasco.
(Imagem: Panorama de Trípoli, 1896 – Fotografia de Gérard de Martimprey.)
|
1914-1918
|
|
Primeira Guerra Mundial.
|
1918
|
|
Fim da época de dominação otomana na região.
Entrada das tropas francesas e inglesas no Líbano.
(Imagem: Soldados turcos desembarcando forragem no Porto de Beirute, 1909 – Fotografia de Henri Lammens.)
|
|
|
Líbano Independente
(1920 a 1973) |
|
|
|
1920
|
|
Início do mandato francês / Proclamação do Grande Líbano
Depois que a Liga das Nações garante o mandato do Líbano e da Síria para a França, o Estado do Grande Líbano é proclamado. Neste estado estão incluídos ex-províncias autônomas do Monte Líbano, mais províncias do norte e sul do Líbano e do vale do Bekaa, antes território supostamente sírio.
|
1923
|
|
Assinatura do Tratado de Lausanne, no qual o Império Turco-Otomano foi formalmente encerrado.
|
1926
|
|
23 de maio
O Grande Líbano transformou-se em República Libanesa depois de ter estabelecido e promulgado uma constituição, adotando o regime parlamentar.
|
1929
|
|
27 de março
Charles Debbas é nomeado primeiro presidente da República Libanesa.
(Imagem: Foto oficial do governo Charles Debbas.)
|
1929-1930
|
|
Emil Edde é nomeado presidente do Conselho dos Ministros. Ele consegue do Parlamento plenos poderes e legisla através de decretos-lei, procedendo notadamente a reforma administrativa e judiciária do Estado Libanês.
(Imagem: Emil Edde)
|
1930
|
|
Abertura do Consulado do Brasil, em Beirute.
|
1936
|
|
Janeiro
Emil Edde é eleito presidente da República. É o primeiro presidente eleito pela Assembléia nacional e o primeiro maronita a nomear um muçulmano como presidente do Ministério.
|
1943
|
|
Março
Proclamação do Pacto Nacional fixando as regras da representação das diversas comunidades confessionais.
As fundações do estado são definidas de forma que o Líbano admite ser um país árabe independente voltado para o Ocidente, mas que coopera de forma neutra com outros países árabes. O presidente deveria ser cristão maronita; o primeiro ministro, um muçulmano sunita e o porta-voz da Câmara dos Deputados, um muçulmano xiita.
22 de novembro – Proclamação oficial da independência do Líbano em relação ao domínio francês.
Novembro-Dezembro – Forças francesas detêm membros do recém formado governo, que havia declarado um fim ao mandato, antes de liberá-los em 22 de novembro, doravante conhecido como dia da independência. A França concorda em transferir o poder ao governo libanês a partir de 1º de janeiro de 1944.
|
1944
|
|
O Brasil reconhece a independência do Líbano.
|
1945
|
|
Estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e o Líbano.
24 de outubro – O Líbano participa da ONU como membro efetivo.
|
1946
|
|
14 de maio
Proclamação do Estado Judeu.
A partir de então, a guerra entre Israel e os países árabes da região.
Primeiro aporte de refugiados palestinos no Líbano.
31 de dezembro
O último soldado estrangeiro deixa o Líbano.
|
1949
|
|
23 de março
Assinatura da Convenção do Armistício Líbano-Israel
27 de setembro
Falecimento do ex-presidente da República, Emile Edde, cujo enterro se transforma numa manifestação política de grandes proporções.
|
1952
|
|
Setembro
A Frente Nacional de Oposição organizou uma greve geral no Líbano. O principal resultado foi a demissão do Presidente Bechara el Khoury, e a eleição de Camilo Chamoun, em 22 de setembro.
(Imagem: Camilo Chamoun)
|
1954
|
|
Os capitais monetários afluíram em grande quantidade ao Líbano provenientes, sobretudo, dos países do petróleo.
Maio
O presidente libanês, Camilo Chamoun visita oficialmente o Brasil e assina o Tratado de Amizade, de Comércio e de Navegação entre os dois países.
|
1957
|
|
O governo libanês acata a doutrina Eisenhower, anunciada em janeiro, que oferece ajuda militar e econômica dos EUA para o Oriente Médio, com o objetivo de se contrapor a influencia soviética na região.
Primavera: Eleições legislativas no Líbano.
|
1958
|
|
Guerra civil
22 de fevereiro
Egito e Síria estabeleceram um acordo para a formação da Republica Árabe Unida.
14 de julho
Em face de uma crescente oposição que caminha na direção de uma guerra civil, o presidente Chamoun pede aos EUA que enviem tropas para preservar a independência do Líbano.
15 de julho
Os EUA, preocupado com a derrocada da monarquia iraquiana, manda seus marines para restabelecerem a autoridade do governo. Aportam no Líbano cerca de 5000 fuzileiros navais, pondo fim à Guerra Civil.
31 de julho
O General Chehab foi escolhido para suceder Chamoun. Sabri Hamade é eleito presidente do Parlamento.
|
1958-1964
|
|
Seis anos mais pacíficos e estáveis da história libanesa.
|
1961
|
|
Na noite de 30 de dezembro ocorre uma tentativa frustrada de um golpe de estado pelo Partido Popular Sírio, no Líbano.
|
1964
|
|
7 de janeiro
Falecimento do ex- presidente da República, Bechara el Khoury.
Charles Helou é eleito presidente da República.
|
1965
|
|
25 de abril
Os armênios relembram, no Líbano, o cinqüentenário dos massacres cometidos pelos turcos.
|
1966
|
|
14 de outubro
A falência do Banco Intra, causa prejuízos para a economia libanesa.
21 de dezembro
O xeque Hassan Khaled foi eleito Mufti da República Libanesa. O Mufti é o conhecedor da lei Islâmica (Sharia), assim como designa a fatwa.
|
1967
|
|
5 de junho
A Guerra de Seis Dias estourou entre os árabes e o Estado judeu. Os árabes perderam a guerra e novos refugiados palestinos chegaram ao Líbano.
|
1968
|
|
Março e abril
Eleições legislativas, no Líbano.
28 de dezembro
Em retaliação ao ataque a um avião israelense em Atenas feito por dois membros da Frente Popular para a Liberação da Palestina, Israel ataca o aeroporto de Beirute, destruindo 13 aviões civis.
|
1969
|
|
Acordo no Cairo com a OLP.
Novembro o Comandante Chefe do Exército Emile Bustani e o Presidente da OLP Yasser Arafat assinam um acordo no Cairo com o objetivo de controlar atividades guerrilheiras dos palestinos no Líbano.
|
1970 – 1971
|
|
Chegada ao Líbano de militantes palestinos expulsos da Jordânia, devido aos graves confrontos entre o Exército Jordaniano e as organizações palestinas. Estes militantes viam o Líbano como a melhor base para o lançamento de ataques contra Israel.
|
1970
|
|
17 de agosto
Eleição de Suleiman Frangieh como presidente da República.
|
1972
|
|
Abril
Eleições legislativas, no Líbano.
|
1973
|
|
Afrontamentos entre o exército libanês e os combatentes palestinos da OLP.
10 de Abril Comandos israelenses atacam Beirute e matam três líderes palestinos, próximos de Arafat.
|
|
|
15 anos de Guerra Cívil
(1975 a 1990) |
1975
|
|
Início da Guerra Civil
13 de abril
Confronto entre falangistas cristãos e palestinos armados que estavam passando de ônibus no bairro de Ain-Rummanah, em Beirute, deixa 27 mortos. Os falangistas alegam que as guerrilhas haviam previamente atacado uma igreja no mesmo bairro. Tal fato é visto como o estopim da Guerra Civil, que duraria 15 anos.
(Imagem: )
|
1976
|
|
Entrada das tropas sírias no Líbano
Junho
Tropas sírias entram no Líbano para “restabelecer” a paz, mas também reprimem os palestinos.
Outubro
Seguindo uma reunião de cúpula árabe em Riad e Cairo, um cessar-fogo é declarado e uma maioria síria é designada a mantê-lo.
|
1978
|
|
Invasão israelense controla o sul do Líbano.
14/15 de março
Em represália a um ataque palestino em seu território, Israel invade o Líbano, ocupando a terra ao sul até o Rio Litani.
19 de março
O Conselho de Segurança da ONU declara a Resolução 425, que pede a Israel que recue de todo o território libanês e estabelece a Força Interina da ONU no Líbano (United Nations Interim Force in Lebanon – UNIFIL) para confirmar a retirada israelense, restaurar a paz e ajudar o governo libanês a restabelecer sua autoridade na área.
13 de junho
Israel entrega o território do sul libanês não para a UNIFIL, mas para sua representante, uma milícia cristã libanesa, sob o comando de Maj. Saad Haddad.
|
1982
|
|
Israel ataca.
O cerco a Beirute imposto pelas tropas israelenses causa uma destruição incalculável na região.
A OLP sai de Beirute.
6 de junho
Após o assassinato de Shlomo Argov, o embaixador israelense na Grã Bretanha declara invasão total ao Líbano em uma operação denominada de Paz para a Galiléia.
14 de setembro
O presidente eleito, Bashir Gemayel, é assassinado. No dia seguinte, as forças israelenses ocupam o Oeste de Beirute e, de 16 a 18 de setembro, as milícias matam palestinos em campos de refugiados em Sabra e Shatila.
21 de setembro
O irmão mais velho de Bashir, Amin Gemayel, é eleito presidente.
Massacre em Sabra e Shatila.
24 de setembro
O primeiro contingente de uma força de paz americana, francesa e italiana, solicitada pelo Líbano, chega a Beirute.
(Imagem: )
|
1985
|
|
6 de junho
A maioria das tropas israelenses se retira, mas algumas permanecem para ajudar o Exército Cristão Sul-Libanês (SLA) liderado por Antoine Lahd que opera em uma zona de segurança no sul do Líbano.
16 de junho
Um avião da TWA aterriza em Beirute após ter sido seqüestrado em um vôo Roma-Atenas por dois membros do Hezbollah. A crise é resolvida com a mediação Síria.
|
1987
|
|
Assassinato do primeiro-ministro Rachid Karami. Salim al-Hoss se torna então primeiro-ministro.
|
1988
|
|
Um país, dois governos.
22 de setembro Como não houve a eleição de um sucessor, o Presidente Amin Gemayel indica um conselho de seis membros para o governo, composto de três cristãos e três muçulmanos, embora os últimos se recusem a participar. O Líbano tem, então, dois governos – um majoritariamente muçulmano no Oeste de Beirute, liderado por Al-Huss, o outro, cristão, no Leste de Beirute, liderado pelo Comandante Chefe do Exército, o maronita Michel Aoun.
|
1989
|
|
22 de outubro
A Assembléia Nacional, em encontro em Taef, Arábia Saudita, endossa uma Carta de Reconciliação Nacional, que reduz a autoridade do presidente. A Assembléia Nacional possui agora um número igual de membros cristãos e muçulmanos.
Novembro
O presidente eleito Rene Moawad é assassinado em 22 de novembro e sucedido por Elias Haraoui. No dia seguinte, Salim al-Hoss se torna primeiro ministro e General Emile Lahoud substitui Aoun como Comandante Chefe do Exército.
|
1990
|
|
13 de outubro
A força aérea síria ataca o Palácio Presidencial em Baabda e Aoun e se refugia na embaixada francesa. Esta data é tida como a que marca o fim da Guerra Civil.
|
|
|
Líbano Reconstruído
(1992 a 1998) |
1992
|
|
Projeto de reconstrução do centro de Beirute.
Agosto
Eleições legislativas põem em risco a economia e o sistema comunitário.
Outubro
Afrontamentos com Israel no sul do Líbano.
Rafic Hariri, um rico homem de negócios, nascido em Sidon, mas de nacionalidade saudita, se torna primeiro ministro, liderando um gabinete de tecnocratas.
18 de dezembro
Deportação, para o Sul do Líbano, de 415 palestinos ligados à OLP.
(Imagem: Rafic Hariri)
|
1993
|
|
11 de janeiro
É lançado o projeto de reconstrução da periferia de Beirute. 500 000 habitações são contempladas.
11 de abril É lançado o projeto de reconstrução do aeroporto de Beirute.
25 de julho Israel lança uma operação ofensiva no sul do Líbano para por fim às ameaças do Hezbollah e da Frente Popular para Liberação da Palestina (PFLP-GC) no sul do Líbano. Esta é uma das operações mais pesadas desde 1982.
|
1994
|
|
Importantes escavações em Beirute resultam no descobrimento de uma parte da cidade fenícia no bairro dos Souks. O principal interesse desses trabalhos consiste na evidência da utilização de um plano ortogonal na época dos fenícios. Os gregos e os romanos edificaram suas construções sobre embasamentos fenícios e a organização urbana de Beirute foi anterior ao modelo helenístico.
Julho
Começo dos trabalhos de reconstrução de Beirute, realizados com o patrocínio de Rafic Hariri. O centro, a periferia, assim como toda a infra-estrutura da cidade é refeita.
17 de setembro
Realização do primeiro concerto de Fairouz para 40.000 pessoas na Praça dos Mártires de Beirute.
Outubro
Congresso de forças nacionalistas e islâmicas em Beirute.
|
1996
|
|
11 de abril
Israelenses bombardeiam bases do Hezbollah no sul do Líbano.
26 de abril
Estados Unidos negociam uma trégua. É reconhecido o direito de auto-defesa israelense, mas também o direito de resistência por parte do Hezbollah em relação à ocupação israelense do sul do Líbano. Líbano e Síria não assinam o pacto, mas Grupo de Monitoramento Líbano-Israel (ILMG), com membros dos EUA, França, Síria, Líbano e Israel, é designado para monitorar a trégua.
1º de abril
O gabinete interno de Israel vota aceitar a Resolução 425 (1978) do Conselho de Segurança das Nações Unidas se o Líbano garantir a segurança da fronteira norte de Israel. Líbano e Síria rejeitam essa cláusula.
|
1998
|
|
24 de novembro
O líder do exército Emile Lahoud é declarado presidente, sucedendo Elias Hraoui.
|
|
|
Século XXI
(2000 a 2013) |
2000
|
|
18 de abril
Israel solta 13 prisioneiros libaneses mantidos sem julgamento por mais de 10 anos, mas mantém a detenção de xeque Abd-al-Karim Obeid e Mustafa Dib al-Dirani.
Retirada israelense.
24 de maio
Depois do colapso do Exército Cristão Sul-Libanês (SLA) e o rápido avanço das forças do Hezbollah, Israel retira suas tropas do sul do Líbano.
25 de maio
É declarado feriado nacional, o Dia da Resistência e Liberação Nacional.
Outubro
Rafic Hariri se torna primeiro ministro pela segunda vez.
|
2001
|
|
Março
Líbano começa a bombear água de um afluente do Rio Jordão para abastecer uma aldeia na fronteira sul do país, a despeito da oposição de Israel.
|
2002
|
|
Setembro
Israel continua a se opor ao plano libanês de redirecionar a água do rio localizado em uma região fronteiriça. Israel diz que não pode tolerar a mudança do Wazzani, que é responsável por 10% de sua água potável, e ameaça o uso da força militar.
|
2003
|
|
Agosto
Carro bomba em Beirute mata um membro do Hezbollah. A organização e o governo culpam Israel pelo fato.
|
2004
|
|
Setembro
Conselho de Segurança da ONU adota resolução – voltada para a Síria – pedindo que as tropas estrangeiras deixem o Líbano. A Síria rejeita a movimentação.
Parlamento vota a extensão do mandato do Presidente Lahoud por três anos. Semanas de impasse político terminam com a inesperada partida de Rafik Hariri – que primeiramente havia rejeitado a extensão do mandato de Lahoud – como primeiro ministro.
|
2005
|
|
Fevereiro
Ex-primeiro-ministro Rafik Hariri é assassinado em um ataque de carro bomba em Beirute. Aumentam os apelos para a retirada das tropas sírias.
(Foto: site rr.sapo.pt)
Março
Dias após sua renúncia, o ex – primeiro ministro pró-síria Omar Karami é solicitado pelo presidente a formar um novo governo.
Abril
Omar Karami renuncia ao cargo de primeiro-ministro. Najib Mikati, representante moderado pró-Síria é nomeado seu sucessor.
Síria alega que já retirou todas as suas forças militares como foi solicitado pela ONU.
Junho
O jornalista Samir Qasir, crítico da influência Síria no Líbano é morto em um carro bomba.
Aliança anti-síria liderada por Saad Hariri, filho de Rafic Hariri, ganha controle das eleições parlamentares. Novo parlamento escolhe o aliado de Hariri, Fouad Siniora, como primeiro ministro.
Julho
Siniora encontra o presidente sírio Bashar Assad, ambos concordam em reconstruir relações entre os países.
Setembro
Quatro generais pró-síria são acusados de conexão no assassinato de Rafic Hariri.
14 de dezembro
O jornalista Gibran Tueni, crítico da influência síria no Líbano, é morto em um carro bomba.
|
2006
|
|
Fevereiro
Embaixada da Dinamarca em Beirute é queimada durante uma demonstração contra as charges do profeta Maomé, publicadas em jornal dinamarquês.
Maio
O Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução número 1.680 , na qual “pede veementemente” à Síria o restabelecimento das relações diplomáticas com o Líbano. A resolução, proposta pela França, Estados Unidos e Reino Unido, “pede ao governo sírio que responda positivamente ao pedido do governo libanês para que delimite sua fronteira comum” e “ estabeleça relações diplomáticas completas”.
Novembro
O Ministro das Indústrias Libanês Pierre Gemayel foi assassinado a tiros. Gemayel era um líder cristão, filho do ex-presidente libanês Amin Gemayel e um dos principais aliados do Primeiro-Ministro Fouad Siniora. Foi uma das principais vozes contra a presença militar e política da Síria no Líbano e ativo membro da Aliança 14 de Março, uma coalizão parlamentar anti-Síria e pró-Ocidente.
A coalizão anti-Síria tem a maioria no Parlamento, mas precisa do apoio da oposição pró-Síria para atingir os dois terços necessários para eleger o presidente.
O Hezbollah e outros grupos de oposição deixam o governo em 2006 e boicotam o Parlamento em uma campanha para exigir poder de veto sobre as decisões.
|
2007 |
|
13 de junho
O Deputado Walid Eido é assassinado num atentado. Uma bomba instalada no carro do político matou outras nove pessoas.
O Líbano decretou luto pelas baixas. Eido foi a sétima personalidade anti-Síria assassinada desde fevereiro de 2005, quando o ex-premiê Rafik Al Hariri foi morto na explosão de um caminhão-bomba.
O assassinato do premiê desencadeou grandes protestos contra a Síria, vista como a principal suspeita pelo crime. O governo de Damasco negou qualquer envolvimento, mas foi forçado a tirar suas tropas do Líbano, encerrando 29 anos de ocupação.
Novembro
Antes de terminar seu mandato, o presidente Emile Lahoud descretou estado de emergência no Líbano. O anúncio foi feito depois de parlamentares libaneses terem adiado a sessão que escolheria o novo presidente.
A decisão de entregar a segurança ao Exército foi rejeitada pelo governo do primeiro-ministro Fouad Siniora, apoiado pelo Ocidente. A situação de tensão se agrava, com soldados nas ruas e escolas fechadas.
Com clima de instabilidade, o país não consegue realizar novas eleições e termina o ano com bombardeios e atentados. |
2008 |
|
25 de Maio
Depois de 6 meses, o Parlamento Libanês elege o General Michel Suleiman para a Presidência do Líbano. Considerado uma figura neutra na política libanesa, o General assume o governo com a responsabilidade de tirar o país da mais grave crise política desde a Guerra Civil.
Para isso, Suleiman realiza um acordo, pelo qual a coalizão política alinhada com países do Ocidente, que controla a maioria do Parlamento, controlaria pouco mais da metade dos ministros do gabinete do primeiro-ministro Fuoad Siniora.
Por outro lado, o Hezbollah e seus aliados, apoiados pela Síria e o Irã, receberiam um número suficiente de cadeiras no parlamento para vetar decisões importantes do governo, o que vinha sendo uma reivindicação desse grupo político. |
2009 |
|
Junho
Nas eleições parlamentares, a coalização 14 de março apoiada pelo Ocidente – sai fortalecida, ocupando 71 lugares. Já o grupo 8 de março, liderado pelo Hezbollah, com apoio da Síria e do Irã, consegue apenas 57 representantes. Apesar da derrota, o Hezbolllah afirma que o desarmamento está fora de questão.
Saad Hariri, filho do ex-Primeiro Ministro Rafik Hariri, morto em 2005, foi nomeado primeiro-ministro. O presidente do Líbano, Michel Suleiman, o encarregou oficialmente de formar um novo governo. Hariri substitui Fouad Siniora, também do partido Corrente do Futuro.
Novembro
O primeiro-ministro Saad Hariri anuncia a formação de um governo de unidade nacional no Líbano. Depois de cinco meses de negociação com os partidos, foram anunciados 15 ministérios ao bloco de Hariri; 10 para a oposição, que tem apoio da Síria e do Irã; e 5 a Suleiman. |
2010 |
|
Outubro O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, usou a primeira visita oficial de um presidente do Irã ao Líbano, para garantir ao governo libanês que eles terão o apoio do Irã no que classificou como um confronto contra as hostilidades de Israel. “Nós apoiamos um Líbano forte e unificado. Nós sempre apoiaremos o governo libanês e sua nação”, disse Ahmadinejad, ao lado do presidente Suleiman, um cristão maronita.
A visita aumentou o clima de instabilidade entre o grupo pró e antissíria. |
2011 |
|
Janeiro
O Hezbollah e seus aliados retiram seus ministros do governo de união de Saad Hariri, em meio a tensões relacionadas como tribunal da ONU encarregado da investigação sobre o assassinato do ex-premier Rafic Hariri, pai de Saad.
Em 25 de janeiro, o Presidente Michel Suleiman nomeia Najib Mikati como novo primeiro-ministro.
Março
Eclode a Guerra Civil na Síria. O Líbano começa a receber milhares de refugiados.
Junho Depois de cinco meses de negociações, O primeiro-ministro Najib Mikati anunciou um novo governo de 30 ministros dominado pelo Hezbollah e seus aliados, em especial o cristão Michel Aun.
O grupo agora dispõe de maioria das pastas (19). As demais (11) foram repartidas entre partidários do presidente da República, Michel Suleiman, do Mikati e do líder druso Walid Jumblatt, considerados “neutros”. O novo gabinete é boicotado pelo grupo do ex-primeiro-ministro Saad Hariri, parlamentar minoritário da oposição.
Outubro Militares brasileiros embarcam para o Líbano, para participar de Missão de Paz coordenada pela ONU. Cerca de 300 homens da marinha vão ao país para auxiliar o governo libanês no controle das águas jurisdicionais e evitar a entrada de material não autorizado, como armas.
Novembro Pela primeira vez desde 2009, o Líbano lançou foguetes contra o norte de Israel.
Quatro foguetes Katyusha foram lançados a partir dos vilarejos de Aita Shaab e Rmeish, situados a cerca de 2 quilômetros da fronteira. Em seguida a artilharia de Israel disparou, mas os projéteis caíram em áreas rurais e não causaram danos.
Dezembro
Uma bomba à beira da estrada feriu cinco soldados franceses das forças de paz no sul do Líbano, no terceiro ataque do ano contra tropas da ONU posicionadas próximas à fronteira com Israel. |
2012 |
|
Setembro O Papa Bento XVI faz sua primeira visita ao Líbano. O último pontífice a visitar o país foi João Paulo II, há 15 anos. Bento XVI traz uma mensagem de paz e encorajamento não só para 1,5 milhão de cristãos libaneses, mas para todo o Oriente Médio, que tem vivido dias de muita instabilidade e tensão.
(Foto: AFP)
Outubro
O general Wissam al-Hassan morreu na explosão de um carro-bomba, em Beirute.
Hassan chefiava uma unidade de alta inteligência, foi o cérebro de uma operação que evitou um ataque a bomba e levou à prisão de um político libanês pró-Síria. Ele também chefiou a investigação que implicou a Síria e o movimento xiita Hezbollah na morte do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, em 2005. Síria e Hezbollah negaram as acusações.
A ONU informa que 30 mil pessoas já morreram desde o início dos conflitos na Síria. Segundo a organização, o Líbano é um dos países que recebeu mais refugiados: em 19 meses, 101 mil . |
2013 |
|
Agosto Bombas diante de duas mesquitas em diferentes bairros de Trípoli mataram mais de 40 e feriram centenas. Agravam-se tensões entre xiitas e sunitas libaneses, e país está cada vez mais envolvido na guerra civil da Síria.
(Foto: Uol/AP)
Novembro
O Vaticano anunciou, em conjunto com o hospital infantil católico “Bambino Gesù” e a Caritas Líbano, uma missão médica de três meses para ajudar milhares de sírios refugiados no Vale do Bekaa, no Líbano.
A intenção é ajudar inicialmente entre 3 mil e 4mil crianças com equipamento pediátrico e financiar habitações e transporte de médicos para o local, sem o envio de estrangeiros.
Segundo o Vaticano, 2 milhões de refugiados sírios fugiram através das fronteiras, incluindo mais de 800 mil para o Líbano. Destes, 52% são menores de 17 anos.
Dezembro
Ataque a bomba mata o ex-ministro das finanças. Muhammad Shattah, 62, foi morto em um atentado a bomba na capital, Beirute. Ele era, também, assessor do ex-premiê Saad al-Hariri, que lidera a coalizão 14 de Março, crítica ao regime sírio.
|
|
|
|
|