O Papel dos Imigrantes Árabes no Desenvolvimento da América Latina em Geral e do Brasil em Particular
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Migração
O Papel dos Imigrantes Árabes no Desenvolvimento da América Latina em Geral e do Brasil em Particular
A emigração de sírios e libaneses, iniciou-se por volta de 1850 e cresceu depois de 1860. Este processo continuou depois que, em 1877, D. Pedro II visitou a Síria, o Líbano e a Palestina.
As duas guerras mundiais, as crises econômicas do período, a falta de trabalho e problemas internos dos países foram os motivos da emigração mais recente.
Todos que aqui chegavam eram chamados de “turcos” talvez em decorrência do longo período de dominação otomana a que foram submetidos. Mais tarde, tiveram suas nacionalidades resgatadas.
Esses imigrantes iniciaram sua vida no Brasil como mascates nas pequenas cidades do interior e nas fazendas. Depois, se estabeleceram com pequenas “vendas” que evoluíram para uma grande loja e esta em indústria.
O imigrante se estabelece, cria família, se mescla com a população local e passa a viver o cotidiano dos brasileiros tomando-lhes os hábitos, mas também, conservando suas tradições.
São várias as causas que levaram os árabes a emigrar. Entre elas, destaca-se a intolerância política dos otomanos, a pobreza do país gerada pela economia insustentável, a incapacidade de alcançar um alto nível educacional e a falta de oportunidade de trabalho em seu país de origem. Além da perseguição religiosa e sectária que envolveu o Oriente Médio.
Se por um lado a emigração foi um mal necessário para a população e para o país que viu sua força de trabalho emigrar, por outro este êxodo representou um alento para o futuro dos que lá ficaram. Os imigrantes transferiram, para o seu país de origem, grandes somas em dinheiro, o que representa um apoio econômico de grande valia para o país.
A partir de 1974 essas remessas se multiplicaram devido à guerra civil e ao consequente empobrecimento dos familiares dos imigrantes.
A presença árabe na América Latina representa uma força para os interesses e relações comerciais e políticas com os países deste continente, em especial para o Brasil, que é o motivo do nosso estudo.
Os imigrantes que se estabeleceram nas capitais, atuaram na indústria, no comércio e no mercado de capitais, acompanhando o progresso e a evolução do país. O imigrante árabe representou um importante papel na distribuição da produção industrial e sua comercialização pelo interior do país, usando métodos peculiares de venda, de casa em casa.
Por volta de 1930 o industrial árabe dominava o ramo da indústria têxtil com 50% desse mercado. Foi o imigrante árabe que trouxe para o Brasil novas técnicas da industrialização do algodão, da lã e da seda, pois foram pioneiros neste segmento. Esse domínio durou até o término da segunda guerra mundial quando então apareceram os fios sintéticos aqui introduzidos pelos alemães e japoneses.
Diante destes fatos, os árabes viram-se obrigados a voltarem-se para outros ramos da indústria, tais como: de plástico, de ferro, de papel, de construção, de móveis. Muitas das antigas indústrias enfraqueceram e desapareceram por não acompanharem o desenvolvimento industrial moderno. Grandes fortunas foram perdidas. Porém, novos elementos surgiram na colônia e conseguiram penetrar em outros setores da economia, tais como: setor hoteleiro, cafeeiro, do cacau, pecuarista, imobiliário, etc.
Durante o período de 1900 a 1935, os árabes estavam assim distribuídos, com relação à economia:
70% dedicavam-se ao comércio
10% dedicavam-se à indústria
5% dedicavam-se à agricultura
5% dedicavam-se à construção civil
5% dedicavam-se aos serviços de relações públicas.
Entre 1935 a 1960 o quadro é o seguinte:
60% dedicavam-se ao comércio
20% dedicavam-se à industria
7% dedicavam-se à agricultura.
Quanto aos novos imigrantes árabes, eles seguem a mesma diretriz dos antigos. Porém, não exercem a atividade de mascate porque o comércio passou a contar com modernos métodos mercadológicos.